resenha por: markos paullo
Lançado em 2004, capitão
sky e o mundo do amanhã, nasceu mesmo 1998 quando o roteirista e
diretor Kerry Conran, produziu um curta metragem de seis minutos.
Este curta serviu de cartão de
visitas, para as produtoras de cinema norte americanas, na tentativa de
transformar um sonho em realidade, produzir seu primeiro filme.
Só que Kerry Conran acabou
criando algo, bem mais interessante do que inicialmente havia planejado pelo
menos eu acredito nisso.
O que vemos hoje, são historias
em quadrinho virando filmes, mas capitão sky e o mundo do amanhã
naquela momento seguiu na contramão, ou melhor dizendo acabou tornando-se um
filme que virou uma historia em quadrinho.
Toda a estética, fotografia,
movimentação de câmeras, cenários, diálogos; ou seja, absolutamente tudo em capitão
sky e o mundo do amanhã, foi baseado na concepção de uma HQ, mesmo não
sendo bem essa a intenção.
A historia se não fosse um
roteiro de cinema, facilmente chegaria às bancas na forma de uma Graphic Novel
que deixaria o mestre Will Eisner, orgulhoso por mais um discípulo, veja a
sinopse ai em baixo:
Dr- Totenkopf um cientista
desaparecido a pelo menos 20 anos, desenvolveu um plano para exterminar a
humanidade, mas antes levaria todas as outras espécies animais para fora da
terra numa “arca de noé espacial” e logo em seguida um artefato nuclear
explodiria, dizimando toda a humanidade, que na visão dele já estava fadada a
extinção.
Temos então: um aventureiro, uma intrépida
repórter, uma vilã misteriosa, robôs gigantes, asas robôs voadoras e é claro
armas de laser. Achou isso batido? Pode a te ser nos dias de hoje, só que tudo
isso se passa nos anos de 1930. Calma eu espero você levantar seu maxilar e
fechar a boca.
E ai, dava ou não uma grande
historia em quadrinho?
Só que Kerry Conran não é
quadrinista, o negocio do cara é cinema, mas como toda a parte visual do filme
ficou a cargo de Kevin Conran (sim são parentes) que é cartunista, o story
board do filme (um tipo de roteiro com imagens), foi todo feito em quadrinhos,
alem das filmagens ter ocorrido somente em studio, o que deu asas enormes para
a imaginação da equipe de efeitos visuais.
A mistura da arquitetura, da moda
dos anos 30 com tecnologias futuristas; é o que da ao capitão sky e o mundo do amanhã, uma
textura que eu pelo menos não havia visto no cinema, mas é muito comum em
trabalhos de artistas como: moebios, will eisner e hergé, quero dizer que
poucas obras tem as feições de seus autores e este filme em particular tem a
assinatura de seus produtores em cada minuto, do inicio aos créditos finais.
Quando assisti capitão
sky e o mundo do amanhã pela primeira vez, fiquei surpreso em ver o
cinema se metamorfoseando em outra forma de linguagem, e mais surpreso que essa
linguagem fosse à dos quadrinhos para o qual os críticos tanto torcem o nariz.
Mas hoje vendo o filme mais
maduro, consigo enxergar um experimento visual, uma busca por outras formas de
dar fôlego a sétima arte e principalmente, uma procura por novos caminhos
estéticos e técnicos para produzir um grande filme, que bom que no caso do capitão
sky e o mundo do amanhã, o caminhos escolhido foi das historias em
quadrinho.
Só pra encerrar, fichinha técnica do
filme:
Titulo: capitão sky e o mundo do
amanhã
Lançamento: 2004
Direção e roteiro: Kerry Conran
Produção: independente
Elenco: Jude Law – Capitão Sky
Gwyneth Paltrow – Polly Perkins
Angekina Jolie -Franky
Curiosidades: Toda arquitetura da
nova york retratada no filme, foi inspirada nos desenhos em carvão de: Hugh
Ferris, ilustrador e arquiteto dos anos 1930.
E o designer dos carros, aviões e
porta aviões veio do trabalho dos ilustradores e industriais: Raymond Lowe e
M-Borgetti que são o responsáveis pelo visual aerodinâmico dos veículos da
década de 30 e não o estilo “art decô” como muita gente acredita.
Domingo que vem, agente volta com
mais nerdices pra todos. Vida longa e prospera!